Eu não preciso de cartas de amor, embora as escreva fielmente. É terapia, já dizia uma grande professora quando eu ainda estava no ginásio. Ela sabia bem o que dizia.
É que as cartas que eu escrevia nunca faziam muito sentido, era linha enroladas num maço nas pontas de um lápis. Perdida, era doce, doce, doce ... quase estragava de tão doce. Não escrevo mais aquelas cartas de amor, os formigueiros estão em falta agora, escrevo sobre amores reais, amores perdidos em um conto de fadas que não conseguiu acontecer, porque nem todo amor é conto de fado. Falo sobre meu amor, meus inúmeros amores.
Meu amor as artes em geral, meu amor de filha que é dividido em pai e mãe, amor de neta, amor de quem ama muito os animais - em especial aquele vira-latinha orelhudo cheio de raça que eu tenho - , amor sobre o que me dá prazer e me faz feliz. Eu já escrevi sobre tantas coisas, entretanto sempre ficou aquela sensação de que faltava alguma coisa, algum sentido... às vezes meus textos perdem noção do tempo e a linhagem que deveriam seguir, eles sempre perdem o rumo, tem vida própria. É amor e paixão misturados.
Mas falando em amores e nas cartas que eu já escrevi, que não foram poucas, eu não sei por onde andam aqueles versos que eu andei escrevendo a uns três anos atrás, nunca fui atrás de nenhum deles.
Guardei-as pra você todas aquelas cartas que eu te escrevi, elas nem sempre foram sobre algo específico...
beijos ;*