Um cavalheiro, diria minha avó.
Era essa a diferença entre ele e os outros. Ele me olhava de uma forma diferente dos outros, era bom, algo que me acalmava a alma, me deixava em paz com o que eu realmente era e sou.
E que às vezes a gente se precipita demais, não vê o que realmente importa, e bem tudo aquilo foi importante, pelo menos pra mim.
Dava gosto ver seu sorriso entre algumas sombras qualquer, era o tipo de sorriso que deixaria qualquer uma boba. Era sorriso de criança, sorriso puro, sorriso de alguém. Achava bonito a forma que seus lábios se moviam, e sorria, sorriso gostoso, como se nada mais importasse.
Ah, como eu gostava daquela risada.
Eu poderia voltar no tempo se quisesse e ter me apaixonado, mas melhor não.
Deixa estar.
Nem todos os corações são iguais, e nem todos merecem as mesmas coisas.
E eu te conheci de uma forma como nunca imaginei que fosse conhecer.
Porque eu senti naquele abraço uma paz jamais senti. Era diferente, abraço de amigo levado, abraço de cúmplicidade, como disse, diferente. Era um cheiro de flores cítricas, parecia muito mais verão do que primavera.
E bem, eu sempre fui primavera.
Mas eu gostei daquele verão, era sabor de sorvete de morango no fim de uma quinta- feira. Era como ver o mar em dia chuvoso, trazia segurança.
E depois de tudo aquilo mais um abraço.
E somente aquela frase.
" Eu poderia gostar muito de você "
Mas seu livro de filosofia não combina muito comigo.