terça-feira, 17 de julho de 2012

Ele mataria por mim



Você esfregou todas aquelas verdades na minha cara, e talvez, bem no fundo você realmente o amasse, o amasse tão profundamente que doeria em cada parte do meu ser. E talvez, ainda seja isso, eu tapo os buracos que um dia você deixou, cato os pedaços da alma que você pouco a pouco despeedaçou. Vadia imunda ! Eu te disse, eu avisei. E você fez questão de colocar na minha frente todos os erros profanados de um Santo que eu nunca conheci. E eu, pobre coitada, chorei. No fundo ele era seu brinquedo, você uma criança mimada, que sempre teve o que sempre quis. Minha querida, não desperdice suas tão queridas lágrimas, esse seu show barato já acabou. Veja, todas as cortinas se fecharam pra você, sua mascara caiu faz tempo, isso não te vale de mais nada. Pinte o Demônio e faça o parecer errados demais, mas já dizia minha vó, o mal é em você que há. O Demônio é só uma desculpa errônea, um jeito mais fácil de escapar. E se isso, talvez, bem talvez, você o amasse mais que a própria alma. Afinal, você disse que daria a vida por ele. Bem, ele mataria por mim.

Larissa Ferreira

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Periguetear ...





De onde vem, pra onde vão e o que buscam ninguém ainda sabe. Curiosos especulam, a moda torce o nariz e os mais céticos apenas passam longe. Sendo lá qual for o estudo, religião ou região, elas existem e no momento, mais vivas do que nunca. Piriguetes, periguetes, ou seja lá qual for o termo “ete” são empregados a elas. Se é certo ou errado, isso eu não sei, e pra mim não passam de algumas menininhas em busca de uma atenção a mais. Mesmo que de forma errada ou “sensual” demais, é bem isso, atenção. Mas quantos de nós também não querem atenção ? A busca da aceitação e ascensão social é grande, e mais ainda do amor. Você ser humano, enquanto está vivo está em busca do amor e nem adianta vir me dizer que não, é amor que todos queremos, em suas variadas formas. O que seria uma periguete, se assim me permitem dizer, de fato. Ainda não sei, mas se for pelas saias curtas, grandes decotes, cabelos longos, salto alto e maquiagem, então, me apresento como periguete, mas até onde isso abala minha vida emocional, e muito mais social ? Se ser periguete é ser independente e ter atitude que eu seja uma, afinal, acima de qualquer coisa, eu sou mulher também, oras. E pra eu ser independente e ter atitude não preciso de uma legião de homens ou comentários maldosos na rua. Ouvi outro dia que as tais são uma concorrência desleal com as outras mulheres, mortais, assim como eu, que não tem um corpo das “mulheres frutas” e dos modelos de beleza atuais, será mesmo ? Até que ponto os homens acham isso bonito, ou melhor, divertido. Lembro-me de uma das Crônicas da Martha Medeiros que dizia : “Não sei se os homens estão radiantes  com esta multiplicação de peitos e bundas. Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos. Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade... emocionalmente. Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso. “. E talvez seja isso, ou talvez não, não sei. Meu convívio com os homens ainda me deixa de cabelo em pé, eu realmente não entendo como eles conseguem separar amor e sexo de uma maneira tão simples, e muitas vezes, ate banal, mas isso é assunto pra outro texto qualquer. Então, se querem saber minha opinião sobre as periguetes ? Bem, meus caros, não são concorrência maior ou menor, pelo menos na minha vida, se um homem chega perto de mim por conta do número do meu sutiã ou pela maneira em que meu quadril balança enquanto ando, melhor mesmo que nem chegue e me poupe tempo e trabalho de mandar mais um traste ir pastar. Que um homem se aproxime pelo meu sorriso ou pela forma que meu olhar é envolvente, esse sim merece minha atenção. Ouvir um “gostosa” na rua é até bom, quando se tem auto-estima baixa, quando precisa que alguém reafirme que você é bonita. Mulher bonita de verdade, não está a procura disso, não está a procura de um “gostosa” de um homem que nem sabe quem ela é. Deixe esses elogios pra “hora do vamos ver”, lá tudo é permitido. Quer me elogiar ? Me chame de linda, bonita e charmosa. A linha entre ser sexy e periguete, é essa. Me comparei com elas ? Com o maior prazer, talvez eu realmente seja uma e meu pensamento está totalmente equivocado. Mas no momento eu não deixo o tamanho da minha saia (que é curta) chamar mais atenção do que a minha inteligência.

Larissa Ferreira

terça-feira, 10 de julho de 2012

País das maravilhas


O mundo durante alguns anos me pareceu muito grande e cheio de gente, mas não é essa a verdade. O mundo é uma bolinha de gude e possui alguns tipos de pessoas bem interessantes, mas que bem no fundo, são as mesmas, e eu não tenho nenhum motivo para querer conhece-las, elas me cansam e doem a alma, porque são sempre tão iguais, sempre tem o mesmo discurso furado e vazio de sempre: "eu sou isso", "não sou aquilo", "faço isso", "nunca vou ser aquilo". Chatos. Gente chata e sem rumo, não sei quem sou, pra onde estou indo e como o farei, mas certamente o faço. Me recuso a ficar parada, esperando, reclamando, quero mais. Vou atrás. Tô com preguiça de gente sugando minha energia, levando minha vitalidade, felicidade. Tô com pavor de gente hipócrita, de mim, do que sou e do que ainda não conheço. E o mundo essa linda bolinha de gude azul ainda não parou pra me ver sorrir, os relógios não pararam quando dei meu primeiro beijo e minha primeira menstruação não foi mágica, eu nunca iluminei uma cidade com minha alegria e nunca toquei verdadeiramente alguém especial. Talvez eu seja bem diferente dessas pessoas todas iguais, parecem tão robóticas que me da vontade de chorar, não são, não fazem, não vão. Só ficam ali, se aproveitando da luz alheia pra vê se brilham um pouquinho. Se contentam em ser lua, eu hein. Não quero, prefiro ser estrela e por que não, o sol ? Quem vai me impedir, enquanto todos vão pelo lado possível, fácil e rápido, topo subir a barreira do impossível, me jogar no País das Maravilhas e conquistar o inconquistavel.

Larissa Ferreira

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Um dia ...



Um dia você vai me ler, e perceber que entre linhas é de você que eu sinto falta, minha escrita é só uma fonte de distração e onde ponho você em todas as pequenas letras. Você nunca compreendeu essa minha mania de exagerar demais, dos meus dramas mexicanos e de minhas dores sem fim, porque eu sou feita assim. E eu nunca vou entender porque você sempre fugiu disso assim, sempre fugiu de mim sem dizer se ia voltar. Talvez, você realmente não fosse mais voltar. Mas um dia você vai me ler e nesse dia vai saber que eu não quero mais voltar.

Larissa Ferreira

quinta-feira, 5 de julho de 2012

E o tempo vai passar ...


" Uma hora ou outra o destino se ajeita, as coisas se acertam, o passado é esquecido, as dores cicatrizam. Quem tem que ficar fica, o que é verdadeiro permanece, e o que não é some. Não tenho pressa, não guardo mágoas, não desejo muito. Só espero, na minha. Aprendi a ser paciente. Aprendi a ouvir uma boa música quando a tristeza bater. Aprendi a ignorar o que me faz mal. Aprendi, sobretudo, a ter fé.
Fé de que, por mais difícil que seja, o universo sempre irá conspirar ao meu favor... "

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Me roubou o pensamento ...



Eu imagino nós dois daqui há 30, 40, 50 anos. Visualizo a cena de nós dois sentados na varanda da nossa casa. Estaríamos olhando os nossos netos correndo pelo quintal. Pegarei na sua mão, entrelaçarei os nossos dedos. Nossas mãos já vão estar enrugadinhas, os cabelos brancos já vão ter surgido. E os nossos filhos estariam na nossa casa em um dia de domingo pra visitar a gente. Imaginou? Porta-retratos estariam espalhados por toda a casa. Cada foto iria trazer a lembrança de um dia inesquecível. Teria a foto de quando nos encontramos. E mais fotos de quando éramos jovens, fazendo caretas, um mordendo o outro. Te dava apelidos, como ‘‘idiota, besta, irritante’’, mas no final eu sempre dizia o quanto eu te amava. Em outra foto estaria o dia do nosso casamento. Teria as fotos da festa, com toda a nossa família, e os nossos amigos reunidos em meio a uma bagunça. Nessas fotos, iria vim a lembrança do nosso primeiro dia casados, morando juntos. Nós dois iríamos pintar a casa, você escolheria uma cor que não me agradaria, mas mesmo assim deixaria você pintar. Sujaria de tinta a pontinha do seu nariz, depois o seu cabelo, o seu rosto e sua roupa. E você também iria me sujar. Correríamos pela casa toda se esquecendo do principal objetivo, que era pintar a nossa casa. Ficaríamos cansados, e como não havia todos os móveis ainda, deitaríamos no chão mesmo. Te beijaria, e diria que a melhor coisa da minha vida era você ter aparecido. Lembraríamos de quando éramos jovens e não sabíamos muita coisa da vida ainda. Éramos dois bobos, fazendo coisas de criança. Não costumávamos fazer comida, pedíamos comida japonesa quase todos os dias, e pizza toda sexta-feira. Dormíamos tarde, no sofá mesmo. Acordávamos mais tarde ainda, sem ficar se importando com compromissos. Fazíamos o que queríamos. Comeríamos brigadeiro na panela, fazíamos miojo, te sujava de sorvete e você ria. Às vezes ficávamos deitados na nossa cama, e pensávamos em ter um filho. Olharia para você depois de ver o próximo porta-retrato, que estava com o nosso primeiro filho. Dizia: Você se lembra desse dia? Iríamos recordar quando ficávamos noites em claro fazendo o nosso bebê dormir. Tinhas dias em que dormíamos no quarto do nosso filho, porque tínhamos passado a noite toda ali. Acabamos nos tornando três crianças. Pulávamos na cama, no sofá, assistimos desenhos, jogávamos pipoca um no outro. Lembraríamos da primeira festa do nosso filho, do primeiro dia na escola, e de ver ele crescendo cada dia mais. Olharíamos pra outro porta-retrato, veríamos o dia em que tivemos mais filhos, e que os nossos filhos tiveram os filhos deles. Perguntaria pra você: Lembra desse dia? Era o Natal em que passamos todos juntos, uma família grande em volta da mesa. Depois os nossos netos abrindo os presentes, e em cada um deles, abriam um sorriso. Meus olhos iriam brilhar ao lembrar de tudo isso. Iria ser a vida que tanto sonhamos juntos. E dizia pra você: Eu sempre imaginei isso, por que eu sempre amei você. E sempre vou amar.

 ( Desconheço a autoria)