O mundo durante alguns anos me pareceu muito grande e cheio de gente,
mas não é essa a verdade. O mundo é uma bolinha de gude e possui alguns tipos
de pessoas bem interessantes, mas que bem no fundo, são as mesmas, e eu não
tenho nenhum motivo para querer conhece-las, elas me cansam e doem a alma,
porque são sempre tão iguais, sempre tem o mesmo discurso furado e vazio de
sempre: "eu sou isso", "não sou aquilo", "faço
isso", "nunca vou ser aquilo". Chatos. Gente chata e sem rumo,
não sei quem sou, pra onde estou indo e como o farei, mas certamente o faço. Me
recuso a ficar parada, esperando, reclamando, quero mais. Vou atrás. Tô com
preguiça de gente sugando minha energia, levando minha vitalidade, felicidade.
Tô com pavor de gente hipócrita, de mim, do que sou e do que ainda não conheço.
E o mundo essa linda bolinha de gude azul ainda não parou pra me ver sorrir, os
relógios não pararam quando dei meu primeiro beijo e minha primeira menstruação
não foi mágica, eu nunca iluminei uma cidade com minha alegria e nunca toquei
verdadeiramente alguém especial. Talvez eu seja bem diferente dessas pessoas
todas iguais, parecem tão robóticas que me da vontade de chorar, não são, não
fazem, não vão. Só ficam ali, se aproveitando da luz alheia pra vê se brilham
um pouquinho. Se contentam em ser lua, eu hein. Não quero, prefiro ser estrela
e por que não, o sol ? Quem vai me impedir, enquanto todos vão pelo lado
possível, fácil e rápido, topo subir a barreira do impossível, me jogar no País
das Maravilhas e conquistar o inconquistavel.
Larissa Ferreira