De onde vem, pra onde vão e o que buscam ninguém ainda sabe.
Curiosos especulam, a moda torce o nariz e os mais céticos apenas passam longe.
Sendo lá qual for o estudo, religião ou região, elas existem e no momento, mais
vivas do que nunca. Piriguetes, periguetes, ou seja lá qual for o termo “ete”
são empregados a elas. Se é certo ou errado, isso eu não sei, e pra mim não
passam de algumas menininhas em busca de uma atenção a mais. Mesmo que de forma
errada ou “sensual” demais, é bem isso, atenção. Mas quantos de nós também não
querem atenção ? A busca da aceitação e ascensão social é grande, e mais ainda
do amor. Você ser humano, enquanto está vivo está em busca do amor e nem
adianta vir me dizer que não, é amor que todos queremos, em suas variadas formas.
O que seria uma periguete, se assim me permitem dizer, de fato. Ainda não sei,
mas se for pelas saias curtas, grandes decotes, cabelos longos, salto alto e
maquiagem, então, me apresento como periguete, mas até onde isso abala minha
vida emocional, e muito mais social ? Se ser periguete é ser independente e ter
atitude que eu seja uma, afinal, acima de qualquer coisa, eu sou mulher também,
oras. E pra eu ser independente e ter atitude não preciso de uma legião de
homens ou comentários maldosos na rua. Ouvi outro dia que as tais são uma
concorrência desleal com as outras mulheres, mortais, assim como eu, que não
tem um corpo das “mulheres frutas” e dos modelos de beleza atuais, será mesmo ?
Até que ponto os homens acham isso bonito, ou melhor, divertido. Lembro-me de
uma das Crônicas da Martha Medeiros que dizia : “Não sei se os homens estão radiantes com esta multiplicação de peitos e bundas.
Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os
que têm mais de 14 anos. Talvez a
verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade...
emocionalmente. Nudez pode ter um
significado diferente e muito mais intenso. “.
E talvez seja isso, ou talvez não, não sei. Meu convívio com os homens ainda me
deixa de cabelo em pé, eu realmente não entendo como eles conseguem separar
amor e sexo de uma maneira tão simples, e muitas vezes, ate banal, mas isso é
assunto pra outro texto qualquer. Então, se querem saber minha opinião sobre as
periguetes ? Bem, meus caros, não são concorrência maior ou menor, pelo menos
na minha vida, se um homem chega perto de mim por conta do número do meu sutiã
ou pela maneira em que meu quadril balança enquanto ando, melhor mesmo que nem
chegue e me poupe tempo e trabalho de mandar mais um traste ir pastar. Que um
homem se aproxime pelo meu sorriso ou pela forma que meu olhar é envolvente,
esse sim merece minha atenção. Ouvir um “gostosa” na rua é até bom, quando se
tem auto-estima baixa, quando precisa que alguém reafirme que você é bonita.
Mulher bonita de verdade, não está a procura disso, não está a procura de um
“gostosa” de um homem que nem sabe quem ela é. Deixe esses elogios pra “hora do
vamos ver”, lá tudo é permitido. Quer me elogiar ? Me chame de linda, bonita e
charmosa. A linha entre ser sexy e periguete, é essa. Me comparei com elas ?
Com o maior prazer, talvez eu realmente seja uma e meu pensamento está
totalmente equivocado. Mas no momento eu não deixo o tamanho da minha saia (que
é curta) chamar mais atenção do que a minha inteligência.
Larissa Ferreira